Apresentação
O propósito desta homenagem a Machado de Assis, mais que lembrar o centenário de sua morte, é fazer com que a sua obra completa chegue a qualquer usuário internet, em edições confiáveis e gratuitas. Resultado de uma parceria entre o Portal Domínio Público - a biblioteca digital do MEC - e o Núcleo de Pesquisa em Informática, Literatura e Lingüística (NUPILL), da Universidade Federal de Santa Catarina, o projeto teve como propósito organizar, sistematizar, complementar e revisar as edições digitais até então existentes na rede, gerando o que se pode chamar de Coleção Digital Machado de Assis.
É fato que não tardarão a surgir questionamentos quanto à completude do material aqui apresentado, o que é amplamente desejável. Cada vez mais, a internet tem se constituído como canal para o desenvolvimento e o aprimoramento colaborativo de projetos os mais diversos, sendo este também o caso da obra completa de Machado. Pesquisadores e especialistas da obra do grande escritor podem contribuir apontando possíveis omissões, sugerindo novas abordagens e mesmo enviando materiais para publicação no portal. Quanto ao público em geral, pode interagir por meio de mensagens eletrônicas, a serem publicadas na seção Postagens.
Acompanham o “prato principal” das obras completas, além dos vídeos produzidos pela TV Escola, informações introdutórias sobre a vida e a obra do autor, adaptadas de fontes confiáveis, como a cronologia preparada por Galante de Souza para a Revista do Livro (INL/MEC), em 1958, e a página eletrônica da Academia Brasileira de Letras. Necessário observar que o propósito das seções Cronologia e Bibliografia não é trazer informações novas ou exaustivas sobre o autor, mas possibilitar ao usuário acesso a informações básicas sem precisar recorrer de imediato a outras fontes.
Já a seção O autor e a obra procura conjugar momentos distintos da interpretação da obra machadiana, ao publicar fragmentos de autores contemporâneos de Machado e ao viabilizar o acesso a uma amostra significativa da atual produção acadêmica sobre o tema. As teses e dissertações relacionadas nessa seção estão publicadas no Portal Domínio Público. Para ter acesso gratuito ao conteúdo completo, é só fazer um cadastro no sistema. Complementa a homenagem uma relação de endereços de outras páginas na internet com materiais de qualidade relativos a Machado e sua obra.
Obra completa
O projeto de edição das obras de Machado de Assis em formato digital foi pensado, primeiramente, como parte das atividades que marcam o centenário da morte do autor, além de responder à necessidade de ampliar o acesso a sua obra, aos estudantes dos diferentes níveis e ao público leitor em geral.
Cronologia
- 1839
- 1849
- 1854
- 1855
- 1856
- 1858
- 1859
- 1860
- 1861
- 1862
- 1863
- 1864
- 1865
- 1866
- 1867
- 1868
- 1869
- 1870
- 1872
- 1873
- 1874
- 1875
- 1876
- 1878
- 1879
- 1880
- 1881
- 1882
- 1884
- 1886
- 1888
- 1889
- 1891
- 1892
- 1895
- 1896
- 1897
- 1899
- 1901
- 1904
- 1906
- 1908
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1839
Nasce no Rio de Janeiro, em 21 de junho, Joaquim Maria Machado de Assis, filho do brasileiro Francisco José de Assis e da açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis, moradores do morro do Livramento.
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1849
Após o falecimento de sua mãe e de sua única irmã, Machado é amparado por sua madrinha.
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1854
Seu pai casa-se com Maria Inês da Silva, com quem Machado continuará vivendo após a morte de Francisco José.
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1855
Publica seu primeiro poema, "Ela", após tornar-se colaborador do jornal Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito.
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1856
Como aprendiz de tipógrafo, entra para a Tipografia Nacional.
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1858
Tem aulas de francês e latim com o professor Padre Antônio José da Silveira Sarmento. Torna-se o revisor de provas de tipografia e da livraria do jornalista Paula Brito, onde conhece membros da Sociedade Petalógica, como Manuel Antônio de Almeida, Joaquim Manoel de Macedo. Colabora no jornal O Paraíba, e no Correio Mercantil.
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1859
Colabora na revista O Espelho (que foi publicada até janeiro de 1860), como crítico teatral.
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1860
A convite de Quintino Bocaiúva, é redator do Diário do Rio de Janeiro, no qual usa os pseudônimos Gil, Job e Platão; fazia a resenha dos debates do Senado e outros serviços, como crítica teatral, além de colaborar em A Semana Ilustrada.
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1861
Desencantos (comédia) e Queda que as mulheres têm para os tolos (sátira em prosa) são publicados.
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1862
Como sócio do Conservatório Dramático Brasileiro, exerce função não remunerada de auxiliar da censura. É bibliotecário da Sociedade Arcádia Brasileira. Colabora em O Futuro, periódico quinzenal sob a direção de Faustino Xavier de Novais.
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1863
É publicado o Teatro de Machado de Assis, composto por duas comédias, "O protocolo" e "O caminho da porta". Passa a publicar vários contos no Jornal das Famílias.
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1864
Publicado seu primeiro livro de versos, Crisálidas. Em julho firma contrato com B. L. Garnier para a venda definitiva dos direitos autorais de Crisálidas.
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1865
É fundada a Arcádia Fluminense, da qual Machado de Assis é um dos sócios fundadores.
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1866
São publicadas a comédia Os deuses de casaca e sua tradução do romance Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo. No fim deste ano, chega ao Rio de Janeiro Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e futura esposa de Machado.
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1867
É agraciado com a Ordem da Rosa, no grau de cavaleiro, e é nomeado ajudante do diretor do Diário Oficial.
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1868
Como crítico consagrado, guia o jovem poeta Castro Alves no mundo das letras, a pedido de José de Alencar.
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1869
Casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais.
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1870
São publicadas as obras Falenas e Contos fluminenses.
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1872
Ressurreição, seu primeiro romance, é publicado.
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1873
Publica Histórias da meia-noite (contos) e "Notícia da atual literatura brasileira: instinto de nacionalidade" (ensaio crítico). É nomeado primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
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1874
A mão e a luva é seu segundo romance editado e publicado em livro.
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1875
Publica Americanas, seu terceiro livro de poesias.
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1876
Publica, entre agosto e setembro, o romance Helena no jornal O Globo. Colabora na revista Ilustração Brasileira e é promovido a chefe de seção da Secretaria de Agricultura.
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1878
O romance Iaiá Garcia é publicado em O Cruzeiro e editado em livro. No mesmo jornal, publica o primeiro artigo em que faz críticas ao romance O Primo Basílio, de Eça de Queirós. Por conta das edições clandestinas da obra no Brasil, o próprio Eça de Queirós nomeia Machado como seu defensor em relação aos direitos autorais d'O Primo Basílio. Segue, em licença por motivo de doença, para Friburgo, de onde retorna em março do ano seguinte.
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1879
Publica na Revista Brasileira, o romance Memórias póstumas de Brás Cubas e na revista A Estação, o romance Quincas Borba. Nesta também é publicado o seu estudo intitulado "A nova geração".
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1880
É designado Oficial de Gabinete do Ministério da Agricultura. Sua comédia Tu, só tu, puro amor... é representada no teatro Dom Pedro II, em razão das festas organizadas pelo Real Gabinete Português de Leitura em comemoração ao tricentenário do poeta português Luís de Camões. Foi publicada, em volume, no ano seguinte.
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1881
Memórias póstumas de Brás Cubas é publicado em livro. Escreve crônicas no jornal Gazeta de Notícias e passa a ter a função de oficial de gabinete do ministro da Agricultura.
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1882
Publica seu terceiro livro de contos, Papéis avulsos, no qual se encontra o conto "O alienista". Entra em licença de três meses para tratar-se fora do Rio de Janeiro.
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1884
Publica em livro os contos de Histórias sem data e passa a morar na Rua Cosme Velho, onde residirá até a sua morte.
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1886
É publicado o volume Terras, compilação para estudo da Secretaria da Agricultura, resultado do trabalho de oito anos na Comissão de Reforma da Legislação das Terras.
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1888
É nomeado oficial da Ordem da Rosa, por Decreto Imperial.
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1889
É promovido a diretor da Diretoria do Comércio, na Secretaria de Estado da Agricultura, Comércio e Obras Públicas em 30 de março.
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1891
Publica em livro o romance Quincas Borba.
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1892
É promovido a Diretor-Geral da Viação da Secretaria da Indústria, Viação e Obras Públicas.
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1895
Araripe Júnior publica um perfil de Machado de Assis na Revista Brasileira, de José Veríssimo, revista da qual Machado passa a ser colaborador em dezembro do mesmo ano.
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1896
Publica seu quinto livro de contos, intitulado Várias Histórias. Dirige a primeira sessão preparatória da fundação da Academia Brasileira de Letras – ABL.
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1897
Participa da inauguração e é eleito o primeiro presidente da recém-fundada Academia Brasileira de Letras – ABL. Sua presidência na Academia dura mais de 10 anos.
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1899
É publicado o romance Dom Casmurro e o livro de contos, ensaios e teatro Páginas Recolhidas. É firmada escritura de venda da propriedade inteira da obra de Machado de Assis a François Hippolyte Garnier.
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1901
Publica Poesias Completas, que inclui três livros de versos anteriores, Crisálidas, Falenas e Americanas, mais a coletânea Ocidentais.
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1904
Publica seu penúltimo romance, Esaú e Jacó. Segue em janeiro para Friburgo, com a esposa enferma. Morre Carolina Augusta Xavier de Novais, dias antes de completarem 35 anos de casamento. Não tiveram filhos.
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1906
Dedica à mulher já falecida seu mais famoso soneto, "A Carolina".
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1908
Seu nono e último romance, Memorial de Aires, é publicado. Entra, em 1 de junho, em licença para tratamento de saúde. Falece no dia 29 de setembro, aos 69 anos de idade, no Rio de Janeiro. É enterrado, conforme sua determinação, na sepultura da esposa no Cemitério de São João Batista.
Bibliografia
- AGUIAR, Luís Antônio. Almanaque Machado de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2008.
- AMORIM, Celso. “Uma obra em movimento”. In: A obra de Machado de Assis. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 2006. [Ensaios premiados no 1º Concurso Internacional Machado de Assis].
- ANDRADE, Mário de. Aspectos da literatura brasileira. 4. ed. São Paulo: Martins/Brasília: INL, 1972.
- ______. Contos e contistas. In: O empalhador de passarinho. 3. ed. São Paulo: Martins, 1972.
- ARANHA, Graça (Org.). Correspondência de Machado e Assis e Joaquim Nabuco. Prefácio à 3. ed. de José Murilo de Carvalho. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras; Topbooks, 2003.
- ARARIPE JÚNIOR, Tristão de Alencar. Obra crítica de Araripe Júnior: (1888-1894 ). Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa , 1960. v. 2
Na rede
- Academia Brasileira de Letras - Espaço Machado de Assis - Destinado à pesquisa e difusão do universo machadiano, contém cronologia, iconografia, bibliografia, estudos e artigos, obras digitalizadas, dentre outros materiais de grande interesse.
- Câmara dos Deputados - Plenarinho - Espaço Machado de Assis - Voltado para crianças, oferece informações sobre Machado e suas obras de modo simples e atrativo.
- Fundação Biblioteca Nacional - Machado de Assis - Página que integra o Projeto Rede da Memória Virtual Brasileira, da Biblioteca Nacional em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia. Contém biografia e um acervo digital de 19 obras de Machado de Assis.
- Fundação Casa de Rui Barbosa - Machado de Assis.net - Base de dados que permite a localização das citações e alusões histórico-literárias identificadas nos romances e contos de Machado de Assis. Há no site, também, uma biografia resumida, uma seleção de estudos sobre o autor e a revista Machado de Assis em linha, publicação eletrônica de caráter semestral.
- Museu da Imprensa - Cronologia de Machado de Assis como servidor público, e uma série de informações curiosas sobre o autor, seus ganhos como servidor, seu testamento e inventário, dentre outras.
- Universidade Estadual Paulista - Machado de Assis no centenário das comemorações - Biografia de Machado em fontes primárias e farta reprodução digital de periódicos de época com os quais autor contribuiu.